
Minha sexta-feira, dia 10/12, seria só isso: preparar para assistir à estreia do grande filme. Havia lido algumas críticas de quem viu o filme nas premiers por aí. Não vejo problema em ler as críticas antes de você mesmo assistir ao filme. Só não deve deixar-se contaminar pelas impressões particulares. Toda crítica é subjetiva, não tem jeito. A dificuldade está em tentar assistir ao filme com certa neutralidade, uma isenção de expectativas. Fui ciente de que o cinema nunca irá reproduzir um livro de fato como ele é. Ele deve ser fiel, o que não significa que não poderá fazer alterações. O cinema é uma outra plataforma artística, é uma linguagem bem diferente da literária, não dá para transpor a literatura para o cinema sem qualquer tipo de modificação.
É sabendo disso que eu assisti e gostei muito do filme. Os efeitos especiais são bem melhores que os dois primeiros filmes da série – tanto que já está na lista dos 15 filmes que concorrerão ao Oscar 2011 de melhores efeitos especiais.

Quando terminei a leitura da Viagem do Peregrino, pensei em como os roteiristas teriam trabalho para compor um enredo num estilo cinematográfico, com aquele famoso clímax. Algo que para mim não apareceu no livro. E o filme resolveu isto convergindo três capítulos – aquele da serpente marinha, da ilha negra e da transformação do Eustáquio em dragão. Creio que isso não traiu a essência que C.S. Lewis construiu. Talvez o filme poderia ter preservado a “água da vida” que Lewis traz, uma água que os personagens bebiam e não sentiam mais fome, sede, nem sono.
O filme conseguiu dar um ritmo bem acelerado, do jeito que Hollywood e a maioria do público gosta. Além disso, construiu um apelo emocional bem intenso. E quando um filme consegue afetar as pessoas a ponto de alguns que há muito tempo não vertiam uma lágrima sequer, é porque, no mínimo, o filme tem um valor que deve ser reconhecido. É o valor de tocar as pessoas. De fazê-las sentir um desejo de se transpor à história que se passa na tela. E mais. É um desejo de estar no lugar que a história não revela. O mistério. Principalmente na parte final do filme, senti uma vontade de querer estar aonde surge o mistério. Não só por curiosidade. Mas por uma convicção de que é neste mistério que se encontra a alegria que ainda não experimentei. Como uma saudade de um lugar que nunca estive, ou de uma existência que nunca fui. Por isso minhas lágrimas. E recomendo.
Making of da Trilha sonora oficial do filme
2 comentários:
Até agora o que havia escutado eram opiniões negativas, dizendo que as cronicas de narnia já não eram como o primeiro filme, que tinha errado na mão, etc, etc. Estava triste acreditando que seria o fim dessa serie de filmes que concretizam as fantasias da minha infancia quando minha mãe lia os livros de Lewis.
Não tem ideia como fiquei feliz ao ler seu comentario e saber que mesmo nas telas grande Narnia ainda toca os corações.
Que bom, Sarah! :)
Depois que assistir diz o que achou! Muito obrigado pelo comentário!
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