sexta-feira, 12 de março de 2010

Retrospectiva tardia

Vídeo extraído do Blog do Chiroma. Se puder, leia com o vídeo rodando.

Uma retrospectiva no meio do mês de março referente ao ano anterior pode parecer meio sem sentido ou tarde demais. Mas creio que não. A diferença é que a dificuldade só aumentou. Reunir agora lembranças de tudo aquilo que merece ser registrado se torna uma tarefa árdua, ainda mais quando o ritmo e o clima do ano vigente nos envolve. Muito das sensações, impressões e interpretações daquela época se perdem. Mas vamos em frente. O esforço é válido, pois o aprendizado pessoal é muito rico.

As retrospectivas anteriores tinham forma mais estilística e poética. A retrospectiva de 2009 terá o aspecto de um análise expositiva.

Este retorno ao ano passado basicamente é para responder a "Como foi o ano de 2009?", ou "Como foi o meu ano?".

A dificuldade em responder está na indeterminação de critérios para as respostas; além de uma falta de atenção no que se tem vivido. Então proponho 3 questões que servirão de parâmetros ou objetos de atenção para análise(inspirado nos conselhos pastorais de Ed René Kivitz - Pastor da Igreja Batista de Água Branca).

Para começar queria pensar no que me fez sofrer. O que me causou sofrimento no ano de 2009? (As alegrias deixo de lado, pois elas ensinam pouco.) Foram as tristezas que me ensinaram muito sobre a vida. E, especialmente o ano passado, foi o ano que mais aprendi pelas tristezas, dores e sofrimentos. Neste sentido, sim, 2009 foi um ano triste. Por muitos motivos, dentre eles fatos tristes que acometeram alguns de meus amigos. No entanto, foram as tristezas oriundas de minhas atitudes equivocadas que mais me afetaram. Em um certo momento do ano eu parei, olhei para mim mesmo e pensei "Quem sou eu?", "Em que tipo de pessoa eu me tornei!?". Eu nunca imaginaria ser como era, estar como estava. A partir de mim mesmo que descobri do que o ser humano é capaz. E tudo isso me fez sofrer.

A segunda questão trata sobre o que Deus falou comigo, o que Ele fez em mim e através de mim. Em outros termos, como eu e Deus nos relacionamos em 2009? Saber
do que o ser humano é capaz me fez perceber que de fato sou um ser humano. E disto não posso fugir. Deus me criou ser humano. E não só isso, Ele quer que eu seja o ser mais humano e autêntico possível. A exemplo dEle mesmo encarnado Jesus, o mais autêntico ser humano e também o único perfeito. O que posso fazer para almejar a perfeição e ser, assim, cada dia mais parecido com Jesus é bem válido. Mas aprendi que não sou um super-herói e que não tem jeito, não somos perfeitos e nunca seremos. Noé e Abraão também me ensinaram muita coisa acerca disto.

Los Hermanos canta "De onde vem a calma?" - Se puder, assista depois de ler.

Foram estes Seus ensinamentos ao longo do ano. Este ano também conteve momentos relacionais entre mim e Deus que adjetivo como viscerais. Silêncios e conversas abruptas, questionamentos insípidos que por vezes pareciam me afastar dEle. Nessas horas me sentia como Abraão (quando ainda era Abrão) sendo levado por Deus para fora da tenda e convidado a olhar para os céus e contar as estrelas. Ele se aproximava. Ele me movimentava. Apesar de tudo, Ele não desistiu de mim.

E por fim, uma última coisa a se pensar é sobre em que eu mudei em relações a meus pensamentos, ideias e conceitos, virtudes e defeitos, sentimentos e racionalizações. Tenho a mesma mente agora daquela que tinha quando começei o ano de 2009? Com certeza, não. Muitos conceitos cristalizados a respeito da chamada "vida espiritual" caíram por terra, ideias muralizadas sobre a igreja e suas lideranças foram derrubadas.

Questionei a tudo e todos, incluindo eu mesmo. Tudo o que vi, li e ouvi na igreja, de líderes, de escritores, de amigos cristãos e de outros companheiros eu coloquei em xeque. Percebi que havia muita coisa equivocada e impessoal dentro de mim. O cristianismo é pessoal, a relação que Deus tem comigo é única. Então, eu deveria ter experiências pessoais que poderiam orientar meus discernimentos e minhas inferições.

Por um determinado período a revolta e a rebeldia se alojaram em mim de forma negativa. Todavia, Deus mesmo me mostrou que isso poderia ser algo produtivo ao me apresentar outras jovens mentes pensantes que passavam pelas mesmas aflições que eu. As inquietações deveríam fomentar discussões, as ideias alternativas deveríam acalentar reações relevantes e transformadoras.

Entre mais um balde de transformações que me permeiaram, o ano de 2009 foi atípico e, em grande parte, degenerativo. Porém, como todas as coisas cooperam para o bem daqueles que amam a Deus, muita coisa produziu bom fruto. Também me ocorreram poemas (arrisquei como nunca na poesia). Produzi alguns vídeos. Não assisti aos filmes clássicos, mas assisti a muitos filmes. Tirei minhas melhores fotos e li bastante - de novo autor, apenas o maltrapilho Brennam Manning. E, sobretudo, viajei! Somando todos os dias em viagem, foram 2 meses do ano só viajando! Desde Buenos Aires até Natal, passando por Curitiba, Fortaleza, Pantanal Mato-Grossense e Rio Paraguai, Arujá, Paraty, João Pessoa, Maringá e Guarujá.
Aqui deixo, então, minhas interpretações e conclusões da vida em 2009. Muita coisa fica no ar, mas o que valia foi dito.

Agora, o presente, 2010, o ano que já estou vivendo a todo giga. Diferentemente de todos os anos, desta vez desejo a mim e a vocês que me acompanham, isento de toda pieguice, a paz, a alegria e realizações deveras!

Lucas Lyra Cavalcante, 16 de março de 2010.

3 comentários:

keila disse...

como ja te disse...
vale a pena a espera para ler algo aki...

lucas lyra disse...

Obrigado pela paciência e pela sua presença fiel por aqui, keilinha!!

Unknown disse...

Passados quase 3 meses completos do 'final do ano' nós muitas vezes nos esquecemos dos tropeços, e de tudo o que marcou!Inclusive de tudo que com tanta fé resolvemos mudar em 2010...
Creio que esse ano Deus fará muito mais, para cada indíviduo como um! e que acima de tudo seja um ano de grande aprendizado... beijo