
Vale a pena partilhar um fato de 2009, mas bem de seu final, na verdade, na noite de Natal do dia 24 para o dia 25 de dezembro.
O culto na minha igreja começou às 20h. Eu já havia tocado, estava sentado ouvindo o começo da mensagem de Natal de meu pastor. Eu todo arrumado, bem vestido, continuava sendo perseguido por algumas palavras que me sondavam desde o começo do dia. O que é o Natal? Porque comemoramos o Natal? Qual o sentido do Natal?
A princípio me parecia questões tão óbvias e que em cujas respostas possuía firme convicção. Mas me incomodavam até o momento de eu ter que me levantar durante a mensagem para espairecer um pouco. Enquanto tomava um copo d'água, uma amiga me chamou de lado e disse que havia um bêbado lá fora e que pedia para falar com o pastor ou algum responsável da igreja.
Poxa, hoje não! Bem na noite do Natal! É frequente esta situação lá e quase sempre eu que atendo as pessoas nestas situações. Enquanto hesitava, um outro amigo meu foi falar com o senhor. Dali uns minutos, meu amigo volta e me chama. Agora eu tinha que ir mesmo, não tinha como fugir.
Meu amigo me introduziu na história que o senhor lhe havia contado. Ele havia acabado de chegar da Bahia. Desceu na rodoviária e conseguiu uma carona até ali na igreja e precisava de uma carona até sua casa ou de dinheiro para pegar um ônibus. Mas deixou claro que preferia uma carona, pois estava com muitas malas. E de fato estava, olhei mais a frente, no ponto de ônibus, havia muitas malas e sacolas, caixas de papelão e até um colchão.
Eu e meu amigo nos olhamos, que faremos agora, pensamos. Bom, nós vamos te levar até sua casa! Enquanto meu amigo buscava seu carro, fiquei batendo papo com o senhor. Meu nome é Lucas, e o seu? O meu é Natalício! E me mostrou seu RG. Perae, seu aniversário é amanhã, dia 25! não acreditei! Sério mesmo? Caramba, você é Jesus! (pensei isto mas não falei). O bêbado completaria 35 anos dali algumas horas, quando seria Natal, e se chamava Natalício. O momento não poderia ser mais oportuno para oferecer como presente a ele uma carona e uma ajuda.
O carro ficou totalmente cheio, porta-malas e os bancos traseiros, com as bagagens do seu Natalício. Assim que partimos, ele nos perguntou, Vocês não ligam se eu for cantando, não, né?!, Sem problemas, Natalício. Pode cantar! E foi ele cantando, até que afinado, um hino cristão antigo, de melodia familiar, mas não conhecia.
O caminho foi razoavelmente longo. Depois de muita cantoria e conversas quase desencontradas a gente chegou. Ele morava num bairro da periferia, na estrada de Campinas a Hortolândia. Paramos próximo a sua casa. Descarregamos sua bagagem e ele seguiu seu caminho apontando para os céus, falando palavras de agradecimento a Deus e a nós pela ajuda concedida.
Seu Natalício talvez não saiba o significado que foi toda aquela aventura para mim e meu amigo naquela noite de Natal. Concordamos que foi a melhor coisa que poderíamos ter feito naquela noite. Voltei rápido para casa, já era quase meia-noite e minha família só estava esperando eu chegar para começar a servir o jantar.
Aquelas dúvidas se foram, pois Deus me falou do Seu jeito qual era o sentido do Natal.
3 comentários:
ilário kkkkkkk...
"vc é Jesus"!Isso é coisa de lucas mesmo.Deus fala conosco de várias formas,e eu amo essa frase "Conhecer a deus e faze-conhecido".São experiências como essa que nos mostra em quem nós temos acreditado.
hahaha verdade mesmo! Valeu pelo comentário!
Realmente Deus nos surpreende...
a cada ano, nessa epoca a maior indagação q se faz é qual o sentido do natal.. e isso dentro da igreja mesmo, sermões, cantatas, mas nada se compara ao que Deus pode nos ensinar com nosso relacionamento intimo com Ele...
"vc é Jesus" foi engraçado.. ri muito
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