quinta-feira, 25 de março de 2010

Silenciar é preciso

Sexta-feira - 05/02 - à noite

Peguei o ônibus de Córdoba para Mendoza às 22h45, após me despedir do Erick. Quase não dormi no ônibus, apreensivo e ansioso para ver a Cordilheira dos Andes.

Sábado - 06/02

Às 8h da manhã, chegada em Mendoza, e pela primeira vez na minha vida, eu vi as Cordilheiras dos Andes. Uma cadeia de montanhas grandiosa e bela. É imponente e quase assustador. Para mim foi raro.

Começei já sentir a altitude da cidade, com a pressão nos ouvidos e o cansaço. Agora, pela primeira vez também sozinho. Depois de passear no centro, almoçei um dos pratos mais chiques de toda a viagem - Loma ao vinho Malbec; 34 pesos. A cidade é a produtora dos melhores vinhos argentinos e dizem que já está passando o Chile, em qualidade e quantidade. Andei pela Plaza da Independencia e fui encarar a subida da Plaza San Martin até o mirante para as Cordilheiras.

Muitos mochileiros por onde andava, muitos albergues e sempre ao lado loja de aventuras e esportes radicais. Mendoza também é cidade base para quem vai escalar o Monte Aconcágua, o maior da América Latina.
A chegada definitiva ao topo do mirante foi entusiástica. Fiquei horas lá admirando e descansando. As montanhas pareciam pulsar. Pareciam o silêncio. O silêncio realizado, materializado. Aquele silêncio que se impõe, que faz barulho e é belo.

Mas ainda faltava conhecer o Chile. Já estava no oeste da Argentina, quase na fronteira com o Chile. Não podia deixar de ir. Voltei para a rodoviária de Mendoza. O ônibus iria sair às 21h, chegada em Santiano por volta das 07h da manhã.

Domingo - 07/02

O Chile existe! Conheci finalmente o país lombriga! Depois de umas 2, 3 horas parados na aduaneira. A mochila deixei no guarda-equipaje de novo. E já caí para o centro de Santiago del Chile. Visitei o Museu de Arte Pré-Colombiana, que é muito bem instalado, bonito e arquitetura moderna.


Caminhei até o Mercado Central, onde tem os melhores restaurantes de comida local. Mas não tinha apetite. A pressão nos ouvidos já incomodava demais e afetava meu humor. Na verdade, já estava exausto. Meu corpo pedia descanso. Há dias que não horizontalizava de fato meu corpo. Há 4 dias só dormindo na poltrona do ônibus. Meus pés já perdiam a conta das bolhas que surgiam.

Mas tive gás para ir até o Cerro San Cristóbal. Caminhei pelas largas ruas, praças extensas, com muitos casais. Santiago parece ser destino de muito casal em sua lua-de-mel.

Subi de funicular, um trenzinho antigo, até o topo do monte de San Cristóbal, o mais alto de Santiago e de onde se tem a vista panorâmica da cidade e das Cordilheiras ao redor. Aí a bateria da minha câmera acabou e as fotos acabaram por aí. Depois voltei pela Av. Bernardo O'Higgins e andei até ao formoso Palacio de la Moneda.

Nisso eu já havia entrado numa lan house e comprado minha passagem de volta para São Paulo. Seria por avião! Não ia aguentar 3 dias de viagem de ônibus. Mas a passagem era de Mendoza, então ainda encarei a viagem de volta para Argentina.

Segunda-feira - 08/02

Cheguei em Mendoza 4h e pouco da manhã. Peguei um taxi até o aeroporto e só as 9h embarcaria. Fiz conexão em Buenos Aires, cheguei no aeroporto de voos domésticos 12h30 e tive que correr, de taxi, até o aeroporto internacinal para pegar o avião para São Paulo. O taxista disse que bateu o recorde neste trajeto - fez em 25 minutos o que costuma levar 50 minutos. Finalmente, às 19h cheguei no Aeroporto de Guarulhos! Agora só mais um ônibus até Campinas e cama!

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