sexta-feira, 18 de julho de 2008

- parte III

Em todos os discursos Jó não deixa de dar suas respostas e de se defender. E contra-argumenta às mais diversas acusações que seus amigos colocam. Elifaz, a partir do capítulo 4, atribui as desgraças de Jó a sua própria maldade – “quem cultiva o mal e semeia maldade, isso também colherá” (4.8) – ou seja, Jó está colhendo aquilo que ele mesmo plantou, está pagando pelos seus pecados, está sendo castigado por Deus. Entretanto, a todo o momento, Jó tem o discernimento de suas próprias atitudes e sabe que não tem nada que lhe possa repreender.

O segundo a falar é Bildade, no capítulo 8, que acusa também a Jó pelo mal ocorrido e remete às gerações anteriores de Jó – uma possível referência à questão da maldição de família. Após Bildade, Zofar inicia seu discurso no capítulo 11 também acusando Jó pela sua própria desventura. E por assim continua, os capítulos 15 ao 31, a discussão entre Jó e seus amigos, que tentavam convencer-lhe que é o culpado e Jó reiterando a sua integridade perante Deus e os homens.

O jovem Eliú pede a palavra e se mantém na mesma linha de afirmações dos amigos de Jó. É, então, logo após Eliú que Deus responde a Jó, do meio da tempestade, com uma primeira pergunta que se repetirá por algumas outras vezes: “Quem é esse que obscurece o meu conselho com palavras sem conhecimento?” (38.2). E Deus comenta sobre toda a grandeza de sua criação, desde as estrelas até os poderosos animais, e questiona Jó sobre o poder que ele poderia para com Suas criaturas – como o beemote e o leviatã.

[continua...]

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