quinta-feira, 16 de setembro de 2010

É só o amor


"[...] o Cristo sofrendo, lá, com aqueles romanos de toga e as espadas dos romanos enfiadas nas barrigas das criancinhas esguichando sangue e o sol secando o sangue das criancinhas e o sangue das criancinhas queimando o piloto em chamas e o Pelé chorando pelas criancinhas e todos aqueles golaços do Pelé e o Pelé falando e o Pelé com aquela loura e a loura falando com as criancinhas e as criancinhas olhando para a loura. [...] e o povo todo suado e fedendo, torcendo por aqueles jogadores de futebol e [...] o povo todo esguichando sangue e o sol secando o sangue do povo e aqueles caras explicando aquelas palavras todas e as galáxias se expandindo." Amor, de André Sant'Anna


Monte Castelo - Legião Urbana



Tudo isto me causou náusea esta semana. O Amor entoado nestas duas obras me trouxe taquicardia, tontura e enjôo. Eu tive que pedir para parar. Não aguentei e nem aguentaria mais desse Amor.


Jesus era charmoso. Jesus tinha um charme que era intrinsicamente natural à sua essência. O charme de Jesus era a sua serenidade. E a serenidade de Jesus me é convidativa. Jesus me cativa com sua mansidão de espírito e a sua simplicidade de pensamento. Parece que para Jesus o copo d'água é um mero detalhe e a própria água é insignificante quando quem está à sua frente é uma mulher samaritana carente de cuidado e atenção. Parece que para Jesus um pedaço de pão é lixo quando a alegria do encontro com a realidade de uma nova vida lhe contagia. Parece que Jesus soube esperar mais do que qualquer outro. Jesus entendeu o significado de esperar, quando esperou três décadas para escolher seus discípulos, realizar milagres e falar da nova realidade do Reino de seu Pai celestial. Jesus soube esperar o tempo dos céus vivendo o mesmo tempo que hoje vivemos.

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