- Por que você simplesmente não toma o que é bom no cristianismo, o que você define como valioso, o que se pode compreender, e deixa todo o resto, todos os dogmas absolutos que por sua natureza são incompreensíveis?
- Porque sou racional.
Ele ficou mais parado do que nunca, esperava eu continuar. Eu continuei:
- Gosto de ter alguma justificativa intelectual para minhas intuições. Quando estou tratando do homem como um ser decaído, é para mim uma conveniência intelectual acreditar que ele caiu; e eu acho, por alguma estranha razão psicológica, que posso lidar melhor com o exercício humano do livre-arbítrio acreditando que o homem dispõe dele.
- Por que você acredita no cristianismo?
- Pela mesma razão que te faz não crer. Acredito no cristianismo de modo totalmente racional, com base na evidência. Mas minha evidência encontra-se num enorme acúmulo de fatos pequenos, mas unânimes.
Não acabei por aí, e nem ele. Conversamos por mais um bom tempo. Ele, para quem a cruz era símbolo de morte e dor, e eu, que levo a cruz com significado de morte e redenção, somos e seremos amigos por toda a vida.
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