quinta-feira, 5 de março de 2009

Descobertas infortúnias

Hoje descobri o que que será. O que será que será? Descobri não, revelaram a mim. Pois, será o amor. É o amor que será.

Carrego comigo há tempos esta música do Chico Buarque. Não por ouvi-la na íntegra várias vezes, nem por gostar muito da música dele, mas porque ela sempre está por aí, sendo levada por assovios, por vinhetas da televisão, pela memória... Mas o que nunca havia descoberto era o "que será" da indagação de Chico. Descobri, então, que preferia não ter descoberto. A descoberta me cativou menos que a ansiedade de descobrir.

Tudo isso me lembrou quando Larry Mullen Jr., baterista do U2, visitou a antiga casa de Elvis Presley. Depois, em entrevista, afirmou que preferia não ter visto tudo o que viu, e que o que trazia em sua mente sobre Elvis lhe era mais agradável de que tudo que tomou conhecimento ali ao ver sua casa, seu túmulo e memoriais.

E senti algo parecido ao entrar no site do poeta Carlos Drummond. Logo na página inicial tem um vídeo em que o poeta aparece, fala e recita. Demorou para eu conseguir assistir ao vídeo. Poder ver Drummond, assim tão real, tão próximo... era muito distante daquele guardado em mim. Antes ele era só as letras, as rimas, os sentimentos com o cheiro das páginas. Muita novidade para um dia só. Muita descoberta para uma mente só.

Escolhi não colocar a letra da música do Chico Buarque, nem o vídeo da entrevista de Larry Mullen e nem o vídeo de Drummond, pois seria muito impacto para um post só.

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